Illustration by David Hughes
Gibão-cinzento
créditos: D.R. Gerardo Ceballos
Metade dos animais que em um dia povoaram a Terra desapareceram. O último pombo-correio (Ectopistes migratorius) morreu cativo no zoológico de Cincinnati (EUA) em 1914.
Pombo-correio
créditos: Getty Images
Na prática, a ave que tinha sido a mais abundante do planeta estava havia anos em processo de extinção.
Décadas antes, o pombo-correio percorria os céus da América do Norte em bandos de milhões.
Mas com a chegada de colonos, alteraram seu habitat e caçaram-no até que restassem os pombos nos zoos.
A história é velha, mas continua repetindo-se. Um estudo mostra que hoje cerca de um terço dos vertebrados terrestres perdeu a maior parte dos exemplares que chegaram a ter. E esse é o prelúdio da sua extinção.
Morcego Pipistrellus, Ilha de Natal
créditos: LindyLumsden/ via Mongabay
Não tocaram sinos quando morreu o último peixe da espécie Megupsilon aporus ou quando desapareceu o último morcego Pipistrellus da Ilha de Natal.
Mas os cientistas avisam que estas extinções são o prelúdio para uma extinção em massa a nível global. A 6ª extinção em massa de vida na Terra está a acontecer de forma mais rápida do que se previa, resultando numa "aniquilação biológica" da vida selvagem, alertam.
Duas espécies de vertebrados desaparecem para sempre todos os anos, em média, mas apesar deste ritmo parecer lento, investigadores da Universidade de Stanford alertam para a tendência de declínio: segundo um estudo publicado em Julho 2017, mais de 30% das espécies vertebradas estão em declínio, tanto em termos de população como de distribuição geográfica.
Elefantes, Africa
créditos: Tony Karumba( AFP
"Trata-se de uma aniquilação biológica que ocorre a nível global, mesmo que as espécies a que pertencem estas populações ainda existam em algum local na Terra", afirma um dos autores do estudo, Rodolfo Dirzo, professor de biologia na Universidade de Stansford.
De acordo com a agência France Presse, os investigadores traçaram a carta da distribuição geográfica de 27.600 espécies de pássaros, anfíbios, mamíferos e répteis, uma amostra que representa quase metade dos vertebrados terrestres conhecidos. Analisaram declínios de população numa amostra de 177 espécies de mamíferos entre 1990 e 2015.
credits: Gerardo Ceballos, Paul R. Ehrlich & Rodolfo Dirzo
science researchers
Destes 177 mamíferos, todos perderam pelo menos 30% das suas áreas geográficas e quase metade perdeu pelo menos 80%.
Cerca de 40% dos mamíferos, entre eles rinocerontes, orangotangos, gorilas e grandes felinos, sobrevivem com 20% menos de território do que seria desejável.
O declínio dos animais selvagens é atribuído sobretudo ao desaparecimento do seu habitat, ao consumo excessivo de recursos, à poluição e ao desenvolvimento de espécies invasivas e de doenças. As alterações climáticas também têm contribuído e este declínio tem-se acelerado, alertam os investigadores.
Girafas/ Ithala Game Reserve,
northern KwaZulu-Natal, South Africa
credits: Luca Galuzzi
"Algumas das espécies que estavam relativamente seguras há 10 ou 20 anos", como os leões e as girafas, "estão agora em perigo", avisam.
Esta "perda massiva" em termos de população e de espécies "é um prelúdio do desaparecimento de muitas outras espécies e do declínio do ecossistema que torna a civilização possível", advertiu o autor principal do estudo, Gerardo Ceballos, da Universidade Nacional Autónoma do México.
Os investigadores apelam ainda a que se faça algo contra as causas deste declínio da vida selvagem, em especial a sobrepopulação e o excesso de consumo.
A rare male king cheetah, a lion, a pangolin and a orangutan
credits: Clockwise from top left: John Wessels/AFPr/ Getty Images, Ben Curtis/AP, Roslan Rahman/AFP/ Getty Images, Ulet Ifansasti/ NYT
Clockwise from top left: A rare male king cheetah, a lion, a pangolin and a orangutan, all members of species that have experienced sharp declines in recent decades.
From the common barn swallow to the exotic giraffe, thousands of animal species are in precipitous decline, a sign that an irreversible era of mass extinction is underway, new research finds.
The study, published Monday in the Proceedings of the National Academy of Sciences, calls the current decline in animal populations a “global epidemic” and part of the “ongoing sixth mass extinction caused in large measure by human destruction of animal habitats. The previous five extinctions were caused by natural phenomena.
From the common barn swallow to the exotic giraffe, thousands of animal species are in precipitous decline, a sign that an irreversible era of mass extinction is underway, new research finds.
The study, published Monday in the Proceedings of the National Academy of Sciences, calls the current decline in animal populations a “global epidemic” and part of the “ongoing sixth mass extinction caused in large measure by human destruction of animal habitats. The previous five extinctions were caused by natural phenomena.
crédits: Gerardo Ceballos, PNAS 2017/ UICN
Gerardo Ceballos, a researcher at the Universidad Nacional Autónoma de México in Mexico City, acknowledged that the study is written in unusually alarming tones for an academic research paper.
“It wouldn’t be ethical right now not to speak in this strong language to call attention to the severity of the problem,”
Gerardo Ceballos
Dr. Ceballos emphasized that he and his co-authors, Paul R. Ehrlich and Rodolfo Dirzo, both professors at Stanford University, are not alarmists, but are using scientific data to back up their assertions that significant population decline and possible mass extinction of species all over the world may be imminent, and that both have been underestimated by many other scientists. Read more
Geração 'green'
06.09.2017
References:
DN/ Sociedade/ NYT/ Climate
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