Wednesday, May 15, 2019

Urso Pardo voltou a Portugal ? Não, já regressou a Espanha !






Urso Pardo
créditos: Eloy Alonso/ Reuters
via Sic Notícias


As autoridades portuguesas confirmaram a existência em Portugal de um urso pardo, espécie considerada extinta no país desde 1843, revelou o Serviço Territorial de Meio Ambiente de Zamora, esta semana.

“A administração regional [de Castela e Leão] alertou para a presença deste urso às autoridades portuguesas, que finalmente confirmaram a sua descoberta”, 
Comunicado o governo regional de Castela e Leão, vizinha de Portugal
As autoridades ambientais regionais espanholas informaram que, nos últimos dias de Abril, se verificou a existência de estragos num apiário (conjunto de colmeias) na cidade de La Tejera, tendo os funcionários do governo regional de Castela e Leão constatado que o incidente foi da responsabilidade de um urso pardo.
Paralelamente, e dada a proximidade da fronteira portuguesa, a presença do dito urso foi comunicada ao Instituto Nacional de Conservação da Natureza português, para o caso de o animal continuar a sua viagem para o sul, “facto que acabou por acontecer há poucos dias”.





Focke Strangmann/ EPA
via Observador/ Natureza

"A dimensão dos ursos e comportamento desta espécie promove o seu avistamento e a fácil identificação de indícios de presença no território"
Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)
De acordo com uma resposta do ICNF enviada à Lusa, a presença de um urso-pardo em Portugal, no Parque Natural do Montesinho (PNM), está confirmada desde o final do mês de Abril.
"O urso foi detectado em vários pontos no Parque Natural de Montesinho, junto da fronteira com Espanha, a norte do concelho de Bragança. 
O organismo refere também que a presença de um urso-pardo foi “confirmada através de pegadas e pelos registos de imagem de armadilhagem fotográfica dos serviços homólogos ao ICNF em Espanha na fronteira". 
“Dá-se a circunstância de ser a primeira vez, nos últimos dois séculos, em que a presença desta espécie no país vizinho é confirmada de maneira confiável”, asseguram as autoridades regionais espanholas.




Urso Pardo 
créditos: Autor não identificado
via Zap-aeiou

O animal avistado na região de Sanabria “pode pertencer” à subpopulação ocidental da Cantábria, que tem cerca de 280 exemplares e a julgar pelos sinais detectados, pode ser um adulto em dispersão, de acordo com o Serviço Territorial de Meio Ambiente de Zamora. 


“O mais provável é que a presença deste urso seja o início de uma série de ocorrências que podem não ser regulares nem continuadas no tempo e no espaço, mas que, a longo prazo, possam vir a permitir uma presença mais estável de fixada de indivíduos em Portugal”. 

ICNF





Urso Pardo
créditos. Autor não identificado
via CManhã
De acordo com a autoridade nacional em conservação da natureza, os últimos registos que evidenciam a presença estável de Ursus arctus em território português datam de finais do século XIX. 
Apesar de dado como extinto em território nacional, não desapareceu de Espanha. E nas últimas duas décadas, surgiram registos de que alguns machos jovens fazerem incursões em Montesinho ou no Gerês, oriundos de populações estáveis existentes na Cordilheira Cantábrica. 
Em Espanha, existem populações deste grande predador nas Astúrias, na Cantábria e nos Pirinéus, graças a projectos de conservação.





Urso Pardo em Portugal - Crónica de uma extinção
Paulo Caetano & Miguel Brandão Pimenta
Bizâncio, 2017
O último urso pardo que viveu em Portugal foi morto em 1843 no Gerês, depois de ter existido em todo o país, assegura o livro "Urso Pardo em Portugal - Crónica de uma extinção", de Paulo Caetano e Miguel Brandão Pimenta, publicado em 2017.
Na investigação que deu origem ao livro os autores chegaram a uma notícia da morte do último urso em Portugal em 1843, abatido pela população no Gerês, o que foi uma surpresa.
Grande predador das florestas, o urso pardo distribuía-se de norte a sul do país, mas foi perdendo habitat e "subindo" no território até chegar ao último reduto na serra do Gerês. Actualmente ainda subsiste na região espanhola das Astúrias e nos Pirinéus.




Urso Pardo
créditos: José Coelho/Lusa
via TVI24

Resumo:
Ao longo das páginas deste livro, Paulo Caetano e Miguel Pimenta contam os pormenores de uma história inédita: como o urso-pardo viveu, sobreviveu e se extinguiu em território português. 
Esta é a crónica da extinção do maior predador europeu, um animal que desapareceu das nossas serranias há pouco menos de 200 anos devido às transformações no habitat e à perseguição de que foi alvo ao longo dos séculos.
Através das histórias e fotografias destes dois investigadores iremos mergulhar no passado do urso em Portugal revelando algumas das suas facetas como as ameaças que enfrentou, a distribuição aproximada, a relação histórica e cultural com o Homem e, simultaneamente, resgatar a memória do animal que é hoje um símbolo das florestas europeias.
Resta agora esperar que as populações saibam conviver com os novos vizinhos da floresta.




Brown Bear 
credits: © Gleb Garanich/Reuters


For the first time in 200 years, there is a Brown Bear (Ursus arctus) in the northern of Portugal.  The last one seen in the country in 1854 was killed by local population by fear .

The brown bear is coming from Spain where there is a project to recover the endangered specie.

The brown bear stayed for two weeks, but now it's back to Spain. However, before disappearing from the mountains of northern of Portugal, the brown bear attacked some Portuguese apiaries and ate a lot of honey.






The Brown Bear in Portugal, a Story of extinction
Paulo Caetano & Miguel Brandão Pimenta
Bozâncio, 2017


In the book The Brown Bear in Portugal, a Story of extinction by Paulo Caetano & Miguel Brandão Pimenta.

You can read the interview Paulo Caetano here (Portuguese language). 


Geração Verde

15.05.2019

Creative Commons License

Tuesday, May 07, 2019

Estudo das Nações Unidas revela que há um milhão de espécies ameaçadas de extinção






Estudo ONU
créditos: Getty Images
via BBC/News


Relatório divulgado esta segunda-feira pelas Nações Unidas, produzido por mias de 450 investigadores concluiu que a actividade humana está a colocar em risco de extinção um milhão de espécies em todas as regiões do mundo".

As actividades humanas são um risco para a biodiversidade global. O relatório elaborado por mais de 450 investigadores a pedido da Organização das Nações Unidas revela um número alarmante: mais de um milhão de espécies estão em risco de extinção, caso a actividade humana continue como tem acontecido. 





Estudo ONU
Tatou redondo 
Associação Caatinga/ Brazil

De acordo com estes investigadores, a extinção de espécies está acelerada a um ritmo nunca antes visto.

O estudo mostra que as pessoas alteraram ou destruíram mais de três quartos dos ecossistemas terrestres, dois terços dos habitats marinhos e mais de 85% das regiões húmidas mais importantes. As actividades da agricultura, pesca comercial, poluição industrial e urbanização são as que têm impacto maior, noticia o Slashdot.


Os cinco factores que impulsionam a degradação do meio ambiente:
O estudo menciona os cinco principais impulsionadores para a situação actual do planeta e todas as acções têm envolvimento humano. 
Em primeiro lugar, encontra-se a mudança na utilização da terra e do mar, em que três quartos do ambiente terrestre e cerca de 66% do ambiente marítimo foram "significativamente alterados" pela acção humana.
De seguida, os investigadores mencionam a exploração de organismos como o segundo responsável, visto 33% dos recursos marinhos terem sido explorados em níveis insustentáveis no ano de 2015. 
Em terceiro lugar encontram-se as alterações climáticas. As emissões de gases de efeito estufa duplicaram desde 1980, o que causou o aumento da temperatura global em pelo menos 0,7 graus Celsius.



Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services (IPBES)

A poluição é também considerada um dos maiores impulsionadores da deterioração do planeta. 
O estudo concluiu que a poluição plástica multiplicou-se por dez desde 1980. As espécies exóticas invasoras apesar de se encontrarem no último lugar do top 5 seleccionado pelos investigadores, continua a ter consequências fortes para o meio ambiente. Desde 1970, as espécies aumentaram em 70%.
No que diz respeito aos animais, 47% dos mamíferos terrestres e 23% dos pássaros têm o seu habitat em risco devido à actividade humana.


Recife de coral no Mar Vermelho
© Emily Irving-Swift, 2018
EMILY IRVING-SWIFT
via Press Freedom

Os sistemas mais frágeis como os recifes de coral vão ser completamente devastados nos próximos anos, caso não se faça nada para inverter a situação.

“A saúde dos ecossistemas dos quais nós e todas as outras espécies dependem está a deteriorar-se mais rapidamente do que nunca. Estamos a erodir as próprias fundações das nossas economias, meios de subsistência, saúde e qualidade de vida em todo o mundo”

Robert Watsonpresidente da IPBES

O estudo tem mais de 1500 páginas e consolida as conclusões de mais de 15 mil corpos científicos e governos internacionais.





Splendid Leaf Frog, Ecuador. (19 January 2015)
credits: UNDP Ecuador

Describing nature’s decline as unprecedented and citing among many indicators, 1,000,000 species threatened with extinction, the Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services (IPBES) laid bare the threats to all life on earth in its Global Assessement Report, released at UNESCO headquarters, yesterday, Monday 6 May.

A hard-hitting report into the impact of humans on nature shows that nearly one million species risk becoming extinct within decades, while current efforts to conserve the earth’s resources will likely fail without radical action, UN biodiversity experts said.






On at-risk fauna and flora, the study asserts that human activities “threaten more species now than ever before” – a finding based on the fact that around 25 per cent of species in plant and animal groups are vulnerable.
This suggests that around one million species “already face extinction, many within decades, unless action is taken to reduce the intensity of drivers of biodiversity loss”.





Estudo ONU
créditos: Getty Images
via Observador/ Ambiente

“Following the adoption of this historic report, no one will be able to claim that they did not know,” (...) “We can no longer continue to destroy the diversity of life. This is our responsibility towards future generations.”

the Head of the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

Without measures there will be a “further acceleration” in the global rate of species extinction, which is already “at least tens to hundreds of times higher, than it has averaged over the past 10 million years”, the report states.
It notes that despite many local efforts, including by indigenous peoples and local communities, by 2016, 559 of the 6,190 domesticated breeds of mammals used for food and agriculture were extinct – around nine per cent of the total - and at least 1,000 more are threatened.


credits:IPBES

“While more food, energy and materials than ever before are now being supplied to people in most places, this is increasingly at the expense of nature’s ability to provide such contributions in the future,” the report states, before adding that “the biosphere, upon which humanity as a whole depends…is declining faster than at any time in human history”.

Nature powers human endeavours – underpinning productivity, culture and even our beliefs and identities. But our economies, livelihoods, food security, health and quality of life worldwide are under threat. We are exploiting nature faster than it can replenish itself.

The report also examines five main drivers of “unprecedented” biodiversity and ecosystem change over the past 50 years, identifying them as: changes in land and sea use; direct exploitation of organisms; climate change, pollution, and invasion of alien species.

Read the Report: UN website here; UNESCO website here; IPBES here

Languages: English | Français




credits: Elyx

It's why youth of all the world is organizing environment protests. Wake-up!

Geração 'green'

07.05.2019

Creative Commons License

Sources: UN/ UNESCO/ IPBES

videos: ONU | Guardian/ Biodiversity