Urso Pardo
créditos: Eloy Alonso/ Reuters
via Sic Notícias
As autoridades portuguesas confirmaram a existência em Portugal de um urso pardo, espécie considerada extinta no país desde 1843, revelou o Serviço Territorial de Meio Ambiente de Zamora, esta semana.
“A administração regional [de Castela e Leão] alertou para a presença deste urso às autoridades portuguesas, que finalmente confirmaram a sua descoberta”,
Comunicado o governo regional de Castela e Leão, vizinha de Portugal
As autoridades ambientais regionais espanholas informaram que, nos últimos dias de Abril, se verificou a existência de estragos num apiário (conjunto de colmeias) na cidade de La Tejera, tendo os funcionários do governo regional de Castela e Leão constatado que o incidente foi da responsabilidade de um urso pardo.
Paralelamente, e dada a proximidade da fronteira portuguesa, a presença do dito urso foi comunicada ao Instituto Nacional de Conservação da Natureza português, para o caso de o animal continuar a sua viagem para o sul, “facto que acabou por acontecer há poucos dias”.
"A dimensão dos ursos e comportamento desta espécie promove o seu avistamento e a fácil identificação de indícios de presença no território"
Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)
De acordo com uma resposta do ICNF enviada à Lusa, a presença de um urso-pardo em Portugal, no Parque Natural do Montesinho (PNM), está confirmada desde o final do mês de Abril.
"O urso foi detectado em vários pontos no Parque Natural de Montesinho, junto da fronteira com Espanha, a norte do concelho de Bragança.
O organismo refere também que a presença de um urso-pardo foi “confirmada através de pegadas e pelos registos de imagem de armadilhagem fotográfica dos serviços homólogos ao ICNF em Espanha na fronteira".
O animal avistado na região de Sanabria “pode pertencer” à subpopulação ocidental da Cantábria, que tem cerca de 280 exemplares e a julgar pelos sinais detectados, pode ser um adulto em dispersão, de acordo com o Serviço Territorial de Meio Ambiente de Zamora.
“O mais provável é que a presença deste urso seja o início de uma série de ocorrências que podem não ser regulares nem continuadas no tempo e no espaço, mas que, a longo prazo, possam vir a permitir uma presença mais estável de fixada de indivíduos em Portugal”.
ICNF
“O mais provável é que a presença deste urso seja o início de uma série de ocorrências que podem não ser regulares nem continuadas no tempo e no espaço, mas que, a longo prazo, possam vir a permitir uma presença mais estável de fixada de indivíduos em Portugal”.
ICNF
Urso Pardo
créditos. Autor não identificado
via CManhã
De acordo com a autoridade nacional em conservação da natureza, os últimos registos que evidenciam a presença estável de Ursus arctus em território português datam de finais do século XIX.
Apesar de dado como extinto em território nacional, não desapareceu de Espanha. E nas últimas duas décadas, surgiram registos de que alguns machos jovens fazerem incursões em Montesinho ou no Gerês, oriundos de populações estáveis existentes na Cordilheira Cantábrica.
Em Espanha, existem populações deste grande predador nas Astúrias, na Cantábria e nos Pirinéus, graças a projectos de conservação.
Urso Pardo em Portugal - Crónica de uma extinção
Paulo Caetano & Miguel Brandão Pimenta
Bizâncio, 2017
O último urso pardo que viveu em Portugal foi morto em 1843 no Gerês, depois de ter existido em todo o país, assegura o livro "Urso Pardo em Portugal - Crónica de uma extinção", de Paulo Caetano e Miguel Brandão Pimenta, publicado em 2017.
Na investigação que deu origem ao livro os autores chegaram a uma notícia da morte do último urso em Portugal em 1843, abatido pela população no Gerês, o que foi uma surpresa.
Grande predador das florestas, o urso pardo distribuía-se de norte a sul do país, mas foi perdendo habitat e "subindo" no território até chegar ao último reduto na serra do Gerês. Actualmente ainda subsiste na região espanhola das Astúrias e nos Pirinéus.
Urso Pardo
créditos: José Coelho/Lusa
via TVI24
Resumo:
Ao longo das páginas deste livro, Paulo Caetano e Miguel Pimenta contam os pormenores de uma história inédita: como o urso-pardo viveu, sobreviveu e se extinguiu em território português.
Esta é a crónica da extinção do maior predador europeu, um animal que desapareceu das nossas serranias há pouco menos de 200 anos devido às transformações no habitat e à perseguição de que foi alvo ao longo dos séculos.
Através das histórias e fotografias destes dois investigadores iremos mergulhar no passado do urso em Portugal revelando algumas das suas facetas como as ameaças que enfrentou, a distribuição aproximada, a relação histórica e cultural com o Homem e, simultaneamente, resgatar a memória do animal que é hoje um símbolo das florestas europeias.
Resta agora esperar que as populações saibam conviver com os novos vizinhos da floresta.
Brown Bear
credits: © Gleb Garanich/Reuters
For the first time in 200 years, there is a Brown Bear (Ursus arctus) in the northern of Portugal. The last one seen in the country in 1854 was killed by local population by fear .
The brown bear is coming from Spain where there is a project to recover the endangered specie.
The brown bear stayed for two weeks, but now it's back to Spain. However, before disappearing from the mountains of northern of Portugal, the brown bear attacked some Portuguese apiaries and ate a lot of honey.
The Brown Bear in Portugal, a Story of extinction
Paulo Caetano & Miguel Brandão Pimenta
Bozâncio, 2017
In the book The Brown Bear in Portugal, a Story of extinction by Paulo Caetano & Miguel Brandão Pimenta.
You can read the interview Paulo Caetano here (Portuguese language).
Geração Verde
15.05.2019
You can read the interview Paulo Caetano here (Portuguese language).
Geração Verde
15.05.2019