Sunday, November 13, 2011

Clima: Será que o mundo quer mudar?




Foto: Pawel Kopczynski| Reuters


O mundo tem apenas cinco anos para evitar alterações climáticas perigosas e irreversíveis segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), que pede mudanças urgentes na forma como se usa a energia.

“Estou muito preocupado” - disse o principal economista da AIE, o turco Fatih Birol, ao jornal The Guardian





No passado dia 9 Novembro, a agência divulgou em Londres o seu World Energy Outlook 2011 com a evolução do sistema energético para os próximos 25 anos.

"O limiar que a comunidade internacional não quer passar é um aumento de 2ºC nas temperaturas médias do planeta; para lá disso, os serviços dos ecossistemas – por exemplo, água e ar limpos, defesa contra inundações e solos de qualidade - não estão garantidos."

O cenário actual não é favorável. A população mundial está a aumentar tendo este ano atingido os sete mil milhões de habitantes. 

"A agência estima que o aumento do consumo energético aumentará um terço entre 2010 e 2035, com a China a consolidar a sua posição enquanto país que mais consome energia: em 2035 deverá consumir 70% mais do que os Estados Unidos. Além disso, a frota de veículos de passageiros deverá duplicar e chegar aos 1,7 mil milhões em 2035."

A AIE prevê também que se continuem a construir edifícios ineficientes e mais centrais de produção de electricidade a carvão e gás natural – depois do abandono da energia nuclear em vários países, especialmente por causa da crise na central nuclear japonesa de Fukushima, em Março. 

“Se os países se afastarem da energia nuclear, o resultado poderá ser um aumento nas emissões equivalente ao que é emitido actualmente pela Alemanha e pela França em conjunto”.

Birol, The Guardian



Foto: Pawel Kopczynski| Reuters
Central a carvão Jaenschwalde (Alemanha)


Num dos cenários previstos pela AIE, a concentração de emissões de dióxido de carbono (CO2) nos próximos 25 anos vai provocar um aumento das temperaturas médias de 3,5ºC. 

Num cenário que não prevê novas medidas governamentais, o aumento da temperatura pode chegar aos 6ºC.

Este quadro “demonstra a urgência e a escala do problema”, disse a directora-executiva da AIE, Maria van der Hoeven.

“Os Governos precisam introduzir medidas mais fortes para orientar os investimentos para tecnologias de baixo carbono”, disse. “Não podemos continuar a depender de usos de energia inseguros e ambientalmente insustentáveis.” 

directora-executiva AIE




Este relatório surge a semanas da conferência da ONU sobre alterações climáticas, a realizar em Durban, na África do Sul, de 28 Novembro a 9 Dezembro 2011.

Os Governos preparam-se, no entanto, para adiar a conclusão das negociações. 

O objectivo inicial seria encontrar um sucessor do Protocolo de Quioto, que expira em 2012. Mas depois de anos de impasse negocial, vários países – incluindo o Reino Unido, Japão e Rússia – propõem a chegada a acordo em 2018 ou 2020. 

"Tarde demais"

Birol 


The 2011 edition of the World Energy Outlook was released on 9 November and brings together the latest data, policy developments, and the experience of another year to provide robust analysis and insight into global energy markets, today and for the next 25 years. Read more here


Geração 'green'

13.11.2011

Creative Commons License

Referências:

Ecosfera|Público
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1520143

COP17|CMP7
http://www.cop17-cmp7durban.com/


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