Macacos bugios chegaram ao veterinário "moles como toalhas". População local lamentou mortes da espécie emblemática de Tabasco, no México que lhes dá as horas por uivar ao amanhecer e anoitecer.
O número de macacos bugios mortos devido ao calor no México aumentou para 157, adiantaram em Maio as autoridades mexicanas, que relataram também a morte de pássaros e morcegos.
Um parque animal no norte do México confirmou ter recebido relatos de que pelo menos uma centena de papagaios, morcegos e outros animais morreram, aparentemente de desidratação, noticiou a agência Associated Press (AP).
Na cidade de Tecolutilla, Tabasco, os macacos foram resgatados, quando um batalhão local de bombeiros e voluntários apareceu com cinco das criaturas.
“[Os voluntários] Pediram ajuda, perguntaram se eu poderia examinar alguns dos animais que tinham no camião”, disse um veterinário.
Os macacos pareciam estar em recuperação. Antes apáticos e fáceis de manusear, ficaram em gaiolas no gabinete do veterinário Valenzuela.
“Estão a recuperar-se. São agressivos e estão a morder de novo”, garantiu, observando que este é um sinal saudável para as criaturas habitualmente furtivas.
A maioria não teve tanta sorte. O biólogo da vida selvagem Gilberto Pozo contou cerca de 83 animais mortos ou a morrerem no chão sob as árvores.
Estes episódios começaram por volta de 5 de Maio 2024 e atingiram o seu pico no final de semana.
Macacos bugios cairam da árvores mortos
crédito: Não identicado
via DN Notícas
Para a população deste estado húmido, pantanoso e coberto de selva de Tabasco, o bugio é uma espécie emblemática e estimada. A população local diz que os macacos lhes dizem a hora do dia, uivando ao amanhecer e ao anoitecer.
O biólogo da vida selvagem Gilberto Pozo atribuiu as mortes a uma insolação, observando uma ‘sinergia’ de factores, incluindo calor intenso, seca, incêndios florestais e extracção de madeira que priva os macacos de água, sombra e das frutas que comem.
"No entanto, um patógeno, doença ou outro factor ainda não pode ser descartado, realçou.
As autoridades mexicanas acrescentaram que as mortes ocorreram quer em Tabasco, quer no Estado vizinho de Chiapas, e que 13 macacos receberam tratamento, enquanto outros sete foram tratados e devolvidos ao seu habitat.
Com o calor, os incêndios e a desflorestação a atingir as árvores onde vivem os bugios, as autoridades não tinham a certeza se a libertação destes primatas podiam garantir a sua sobrevivência.
No Estado de San Luis Potosi, no norte do país, Ena Buenfil, directora do Parque Ecológico Selva Teenek, contou à AP que as suas instalações foram sobrecarregadas porque papagaios, morcegos e tucanos morreram devido ao calor.
Buenfil realçou que quando a vaga de calor começou em meados de Maio, a sua clínica para ajudar animais rapidamente se encheu de aves doentes e recebeu relatos de moradores locais que encontraram aves mortas ou em sofrimento.
A directora do parque frisou que as aves morrem principalmente de desidratação devido ao calor, explicando que muitas vezes são afectadas de forma desproporcional porque não têm onde armazenar água.
Já os morcegos ficam desidratados ao dormir ao calor durante o dia, com Buenfil a recomendar que os moradores coloquem tigelas de água para os animais.
AP Photo/Luis Sanchez
The number of heat-related howler monkeys deaths in Mexico has risen to 157, the government said, with a tragically small number of the primates treated or recovering.
Meanwhile, an animal park in northern Mexico confirmed it has received reports that at least a hundred parrots, bats and other animals have died, apparently of dehydration.
A heat dome - an area of strong high pressure centred over the southern Gulf of Mexico and northern Central America - has blocked clouds from forming and caused extensive sunshine and hot temperatures all across Mexico.
Late the Environment Department reported that number had risen to 157, and that research was continuing into the causes of the deaths.
via DN Noticias